POEMA AO AZEITE DE OLIVA
Por Nilo R. Baptista
“Périplo de torrões
Ópio extraído de terras
Por mãos
Ao solo
Ao chão
Braços, troncos
Por riscos
E folhas ao vento
Aos céus
Verdes montes
Pálios
Abraquelados em repolhos
Brocados
Bordados por bolitas
Captam orvalhos diferenciados
Verde, violacea, preta
Surgem botões
Pérolas maturadas
Em três colheitas
Em mãos dançantes
Extraem o seu sumo
Sem pressa
Prensados
Filtrados
Combinados
Frescor com pureza [pronúncia, persistência, exuberância]
De um sumo líquido
Infusão surpreendente
E harmoniosa
Verdadeira explosão de aromas
Em três momentos [picância, leve travada, amargo]
Abrem outras notas, sabores
Cores, flores, manteiga, frutos, pimenta
Ungindo uma bailarina silente
Na boca
Por entre lábios e dentes
Alvoroçando sentidos universais
Essência mitológica
Divino elixir”
Aos amigos do Empório do Azeite, um grande abraço.
Nilo R. Baptista
Poeta.
Gramado, 05 de dezembro de 2014.